sexta-feira, 17 de outubro de 2014

VALORES ÉTICOS: Atitudes éticas que eu percebo nas relações humanas e sociais das comunidades eclesiais onde eu vivo

Atualmente causa revolta e indignação as crescentes denúncias de corrupção e apropriação indevida de recursos públicos no país, no estado, no município e nos órgãos privados. Estamos acostumados também a ouvir que o brasileiro está perdendo os valores éticos, que norteiam a conduta humana, orientada para todos os membros da coletividade. Razão pela qual, nos questionamos se houve uma mudança nos princípios éticos da nossa sociedade, ou se está havendo uma deformação moral do ser humano.
O conceito de Ética não mudou, embora tenha havido uma série de mudanças na sociedade. A Ética continua sendo definida como um conjunto de princípios e valores que guiam e orientam as relações humanas. Estes são princípios que devem ter características universais; precisam ser válidos para todas as pessoas e para sempre.
Quando uma nação ou grupo humano perde a consciência dos valores e princípios universais válidos e necessários, acabam ficando sem rumo, entrando em profunda crise de valores éticos.
Atitudes, sistemas socioeconômicos e estruturas políticas antiéticas corroem as pessoas, os grupos humanos, as nações e o planeta. Minam e lesionam tudo o que encontram pela frente sem poupar o que não serve aos interesses. Ferem as pessoas, violam seus direitos, eliminam e excluem os mais fracos, matam se for preciso.
Sob tantas pressões antiéticas parece que o agir corretamente perdeu o sentido. Mas o ser humano foi criado à semelhança de Deus e com livre arbítrio para agir segundo a sua vontade. E recebeu um dos primeiros códigos de ética de que se tem notícia: “os dez mandamentos que Deus entregou a Moisés”.
Eu vivo num bairro de classe média alta caracterizada por uma desigualdade social muito grande. De um lado, pessoas vivendo economicamente bem ou relativamente bem; algumas morando em luxuosos edifícios ou casas suntuosas, dotadas de todos os sistemas de segurança. Do outro lado, separado por um canal, vamos encontrar algumas comunidades muito pobres, desprotegias, sujeitas a todo tipo de violências, carentes de necessidades básicas para sobreviver: de alimentação, saúde, moradia, educação e tantas outras.
Ocorre que nas comunidades de meu bairro vivem pessoas sensíveis dotadas de uma sólida dimensão cristã; seja de um lado (dos ricos) seja do outro lado (dos pobres) onde podemos observar princípios éticos de solidariedade, de cooperação, de caridade, de partilha e de amor ao próximo. São pessoas que lutam e trabalham voluntariamente em busca de uma melhor qualidade de vida para pessoas idosas, pessoas doentes, desempregadas e analfabetas.
Pessoas que não esperam pela vontade das autoridades governamentais e vão à luta e promovem os mais diversos trabalhos de cidadania, procurando resgatar a dignidade humana. Com relação às crianças elaboram projetos de educação, saúde e lazer. Há também trabalhos assistenciais de doação de alimentos, de roupas, material de higiene, remédios e muitos outros.
Muitas pessoas ignoram o que leva alguém a se comprometer com tanta responsabilidade, porque obviamente desconhecem os princípios éticos da convivência social.
 Francisca Carvalho de Oliveira—Grupo 02